A Polícia Civil de Santa Catarina desmantelou, nesta sexta-feira (25), duas fábricas clandestinas de processamento de palmito em conserva nas cidades de Ascurra e Rodeio. A operação foi conduzida pela Delegacia da Comarca de Ascurra e ocorreu de forma simultânea por volta das 15h, com base em mandados de busca e apreensão expedidos pelo Judiciário da Comarca de Blumenau.
Durante as diligências, dois homens — supostamente parentes — foram flagrados produzindo e envasando palmito sem qualquer tipo de autorização legal. Nenhum dos locais possuía alvará de funcionamento, licença sanitária ou autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Na primeira fábrica, em Ascurra, os policiais apreenderam mais de mil vidros pequenos de palmito e dezenas de frascos maiores, totalizando cerca de 400 kg de produto. Também foram encontrados insumos como ácido cítrico, sulfato de sódio, sal, tampas e rótulos de uma marca conhecida do ramo.
Já no segundo endereço, em Rodeio, foram apreendidos 336 vidros pequenos e 36 grandes, somando aproximadamente 165 kg de palmito, além de outros alimentos em conserva, como pepino, beterraba e brócolis. Produtos químicos como ácido cítrico e clarificante também estavam no local, além de embalagens de uma empresa conhecida no setor.
A Vigilância Sanitária acompanhou a operação e identificou diversas irregularidades sanitárias. Segundo o delegado Lucas Gomes de Almeida, responsável pela investigação, a produção clandestina representa um risco grave à saúde pública. “Alimentos sem fiscalização podem causar doenças graves, como o botulismo, que é potencialmente fatal”, alertou.
Durante a ação, também foram apreendidos dois veículos supostamente utilizados para a distribuição dos produtos ilegais, além dos celulares dos investigados. Os dois suspeitos foram presos em flagrante por crimes contra as relações de consumo, conforme previsto na Lei 8.137/90, e encaminhados à Delegacia de Polícia Civil.
O material recolhido está à disposição da Justiça. As investigações seguem para identificar possíveis cúmplices e mapear a abrangência da distribuição clandestina.
A Polícia Civil solicita o apoio da população. Denúncias podem ser feitas à Delegacia de Ascurra pelo número (47) 9 9793-6769, com garantia de sigilo absoluto.